sábado, 4 de fevereiro de 2012

Seagri discute com produtores de camarão revitalização do setor


Produtores de camarão de Canavieiras, Valença e Jandaíra se reuniram com o secretário da Agricultura, o engenheiro agrônomo Eduardo Salles, para buscar soluções para uma crise iniciada em 2006, que impactou toda a cadeia da carcinicultura no Estado. A Bahia que já foi o terceiro maior produtor do Brasil, com 8,7 mil toneladas de camarão por ano, atualmente produz 6,6 mil toneladas/ano, empregando aproximadamente 2,7 mil trabalhadores. Hoje, a atividade gera apenas 1.230 empregos. A Seagri e os produtores querem revitalizar o setor e juntos buscam alternativas para alavancar essa importante atividade econômica.

Para o gerente financeiro da Lusomar, Gidevaldo Bonfim de Andrade, a reunião foi muito proveitosa. “O secretário Eduardo Salles foi dinâmico nas ações. Esperamos resultados positivos e que, a partir do que foi proposto, voltemos à ação. A Seagri tem muito o que nos ajudar”. Segundo Gidevaldo, a Lusomar investiu R$ 120 milhões no negócio, mas está com as atividades reduzidas. “Empregamos, atualmente, 200 pessoas, sendo que já chegamos a ter, contratados, 800 trabalhadores”.

Identidade cultural – Eduardo Salles destacou o camarão como parte da identidade cultural baiana. “O estado tem uma culinária importante e o camarão faz parte da cultura da Bahia. Quem pode suprir a demanda de camarão é, sem dúvida, a criação em cativeiro, já que somente agora estamos estruturando o setor pesqueiro do estado, com a construção de dois terminais pesqueiros e a aquisição dos primeiros quatro barcos de pesca profissional do estado”.

Para o secretário, a Bahia tem condição de exportar o produto, com a criação em cativeiro e o fortalecimento da atividade pesqueira. “Temos o maior litoral do Brasil, com quase 1,2 mil quilômetros, estamos implantando dois primeiros terminais pesqueiros e vamos construir mais um no extremo sul. Estamos trazendo ainda algumas empresas e o mais importante evento de aquicultura e pesca da América Latina, o Aquapesca Brasil”.

Consciência ambiental, social e econômica

Segundo informação dos empresários, a Valença Maricultura possui atualmente 660 funcionários, mas já chegou a assinar 1.150 carteiras de trabalho. A Lusomar, em Jandaíra, já teve 800 trabalhadores e está com apenas 200 colaboradores com carteira assinada. E a Associação de Criadores de Camarões de Canavieiras emprega 320 pessoas, sendo que já trabalhou com 700 funcionários diretos. Também há cerca de 50 pequenos produtores familiares na região.

O secretário Eduardo Salles afirmou que a Seagri apóia os empresários em todas as ações necessárias para a revitalização da carcinicultura. “Precisamos reativar estes empregos que perdemos e dar a segurança jurídica que os investidores precisam. O empresário quer ter certeza de que o investimento todo, ao longo dos anos, não será jogado pela janela. As regiões e cidades consideram a atividade geradora de empregos. Não existe consciência ambiental se não houver também a consciência social e econômica”.

Salles disse estar ciente dos problemas dos carcinicultores que, a partir de 2006, começaram a não conseguir obter mais o licenciamento ambiental. “Isso é o resultado da falta de uma legislação específica, que regule o assunto. Com o novo Código Florestal e a legislação estadual específica para a questão da aquicultura e pesca, nós vamos avançar e resolver este problema”, garantiu.

A região conta com uma área em produção de 1,9 mil hectares, de acordo com o secretário Eduardo Salles, que poderia ser ampliada em pelo menos mais mil hectares. “Mas, pensamos que não é preciso aumentar a área de exploração neste momento. O que precisamos é licenciar e dar segurança jurídica para quem já está trabalhando. As secretarias estaduais estão alinhadas nesse sentido”.

Nova legislação ambiental

O secretário explicou que o Estado possui várias barragens e potencial para a aquicultura, tanto no segmento dos lagos como nos tanques cavados. “Estamos saindo na frente na questão ambiental, por mérito da Secretaria do Meio Ambiente, que trabalha em parceria com a Seagri, harmonizando agricultura, desenvolvimento econômico e social e o meio ambiente”.

Segundo Salles, para a legislação referente à aquicultura, o Governo do Estado contratou a consultoria do ex-ministro da Pesca, José Fritz. Ele está fazendo o levantamento necessário para a elaboração de uma nova lei que vai complementar a legislação de meio ambiente, uma das mais modernas do Brasil e que já está aprovada na Assembleia Legislativa.

“Nós já saímos na frente com o plano de adequação ambiental. Quando assumimos o governo, havia 15 mil propriedades agropecuárias sem licenciamento. Com o plano, demos um prazo de um ano para adesão sem multa e resolvemos parte do problema”, ressaltou Eduardo Salles.
Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri)
Assessoria de Imprensa

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